Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) vem sendo integrada em diversas áreas, e o #jornalismo não ficou de fora dessa revolução tecnológica.
A pergunta que muitos jornalistas e leitores têm se feito é: notícias criadas por IA serão mais ou menos lidas do que as escritas por humanos? E, mais importante, o que isso significa para a confiança do público na informação que consome?
Um estudo recente realizado pela Washington State University, publicado no Journal of Hospitality Marketing and Management, lançou luz sobre um aspecto intrigante desse debate.
A pesquisa revelou que mencionar a utilização de IA nas descrições de produtos pode diminuir a confiança dos consumidores e reduzir sua intenção de compra.
#Como o Estudo foi conduzido?
Os participantes da pesquisa receberam descrições idênticas de produtos, como Smart TVs, mas com uma diferença crucial: um grupo viu a expressão “Inteligência Artificial” nas descrições, enquanto o outro não. Os resultados foram surpreendentes.
Aqueles que leram o termo IA demonstraram menos interesse em adquirir o produto.
A reação negativa foi ainda mais acentuada para produtos de alto valor, como dispositivos médicos e serviços financeiros.
Esses resultados sugerem uma desconfiança latente do público em relação à IA, especialmente quando se trata de decisões que envolvem grandes quantias de dinheiro ou questões de saúde.
– Mais sobre esse estudo AQUI
#IA no Jornalismo: um cenário em transformação
No final de junho, o Grupo Globo, um dos maiores conglomerados de mídia da América Latina, anunciou a incorporação de diretrizes para o uso de Inteligência Artificial em seu jornalismo.
Além disso, lançou o projeto ‘Irineu’, focado na criação e desenvolvimento de novos produtos de IA, oferecendo recursos inovadores para leitores e assinantes. Um exemplo é a ferramenta “Resumo”, que gera uma síntese das partes mais importantes de uma reportagem.
Com iniciativas como essa, surge uma nova questão:
– Notícias escritas ou resumidas por IA terão uma recepção semelhante à dos produtos mencionados na pesquisa? A taxa de rejeição será comparável?
– Ou a curiosidade pelo novo superará a desconfiança inicial?
O jornalista Eduardo Tessler, do Mídia Mundo, já abordava essa questão em 2023, destacando iniciativas internacionais similares ao projeto da Globo.
Em um artigo de reflexão que continua atual, Tessler questiona como a IA pode transformar a maneira como consumimos notícias e se os leitores estarão dispostos a confiar em informações produzidas por algoritmos.
Com todas essas mudanças e inovações, fica a pergunta: o que vem pela frente?
A resposta pode estar mais próxima do que imaginamos. Enquanto os debates continuam, o futuro das notícias, seja nas mãos de humanos ou máquinas, já está tomando forma.